

O jogador Anderson “Hernanes” de Carvalho Viana Lima, conhecido como Profeta, mostrou na ABS-SP os vinhos que produz no Piemonte, Itália
Por Guilherme Veloso
“Profeta” foi o apelido pelo qual o jogador Anderson Hernanes de Carvalho Viana Lima, ou simplesmente Hernanes, ganhou em sua primeira passagem pelo São Paulo, ao qual retornou ano passado. Entre essas duas passagens (a primeira como um talento em evolução, a segunda já como jogador consagrado), Hernanes passou vários anos na Itália, onde atuou, sucessivamente, pela Lazio, Internazionale e Juventus.
Foi na Itália que o craque pernambucano descobriu o vinho. Até então, só tomava água ou suco de frutas, exceção feita à taça de Cidra Sereser que a mãe fazia questão que os filhos provassem para celebrar o ano novo. Na Itália, como ele mesmo recorda, era “água ou vinho”, servido inclusive na concentração, às vésperas dos jogos. Pouco a pouco, começou a gostar da bebida e a colecionar cada vez mais garrafas.
De iniciante no vinho a produtor
Hernanes não pensava em se tornar produtor até ir para a Juventus, em Turim, e se apaixonar pelo Piemonte, a ponto de se interessar em comprar uma propriedade na região. Por acaso, a propriedade escolhida incluía 4,5 hectares de vinhedos. A essa altura, Hernanes, já conhecia alguns dos principais produtores da região, como Gaja e Coppo. Foi este último que o ajudou, quando decidiu fazer seu primeiro vinho com uvas da propriedade, de forma amadora, no próprio terraço da casa onde morava em Turim.
A vinícola que fundou recebeu o nome de Ca´del Profeta (Casa do Profeta), aproveitando o apelido que tornou seu nome famoso no futebol (na Itália virou Il Profeta). Hoje ele produz cerca de 15 mil garrafas de cinco rótulos diferentes: dois à base da Grignolino e dois Barberas, com e sem passagem por barricas (tanto o Grignolino como o Barbera sob a denominação Asti) e um espumante leve e doce, que tem por base a uva Brachetto.
Mas os planos não param por aí, como ele próprio revelou ao apresentar seus vinhos para os membros da Associação Brasileira de Sommeliers, São Paulo (ABS-SP), em fevereiro. Acompanhado por Marcio Marson, consultor contratado por ele para cuidar do Desenvolvimento Comercial da marca (o próprio Marson é de uma família de vinhateiros gaúchos descendentes de imigrantes italianos), o simpático Hernanes informou que já comprou mais 1 hectare de vinhedo, para expandir a produção.
Ele contou ainda que está finalizando a construção de uma pequena pousada e restaurante na propriedade. Só não revelou se vai ampliar a linha com um vinho branco, um espumante tipo Asti ou um Nebbiolo, base dos grandes tintos (Barbaresco e Barolo) do Piemonte, sonho de consumo de qualquer produtor. Conhecido pelo toque refinado e preciso, vale aguardar a próxima jogada do Profeta no campo do vinho.
Hernanes, ao centro, com Mário Telles Jr (diretor executivo da ABS-SP), à esquerda, e Luiz Gastão Bolonhez
Os vinhos da Ca´del Profeta, distribuídos no Brasil pela importadora Mondoroso, são os seguintes:
• Grignolino d´Asti DOC Saudade 2016 (R$ 122)
• Grignolino d´Asti DOC Ce La Vite 2016 (R$ 190)
• Barbera d´Asti DOCG 2017 (R$ 137)
• Barbera d´Asti DOCG Efraim 2017 (R$ 260)
• Brachetto Momentum (R$ 140)