Apaixonado por vinhos e grande conhecedor, o médico mineiro Gerson Lopes falou com a Pró-Vinho e sugeriu 5 vinhos de diferentes países de até R$ 100.

Médico especializado em sexologia, Gerson Lopes conta que a necessidade de buscar algo fora da medicina, que desse prazer e que despertasse conhecimento, cultura e viagens, foi o que motivou sua entrada para o mundo do vinho.

Em viagens que faz pelo Brasil e pelo mundo, ele sempre aproveita para conhecer restaurantes (e suas cartas de vinho) e vinícolas. Residente em Belo Horizonte, Gerson Lopes é um dos embaixadores da Pró-Vinho no Brasil.

Alsácia, uma das regiões favoritas de Gerson Lopes para vinhos e enoturismo

Quais as suas regiões vinícolas favoritas?
No que diz respeito ao enoturismo colocaria Borgonha (França), Douro (Portugal) e Alsácia (França). Não conheci ainda a Alemanha, que dizem ser fantástica. Em termos de vinhos: Borgonha e Alsácia, na França; Bairrada e Dão, em Portugal; Alemanha; e Piemonte, na Itália, é claro.

Belo Horizonte é conhecida como a cidade dos botecos. Como fica o vinho nesse cenário?
Boteco está relacionado muito ao consumo de cerveja e sem dúvida torna um pouco mais difícil a introdução do vinho. Uma de minhas viagens à Dinamarca coincidiu com um trabalho do governo de lá estimulando a cultura do vinho, tentando levar o consumidor a entender as vantagens do vinho. E parece que deu ou vem dando certo. Aqui esperar que o governo estadual ou federal faça alguma coisa é ilusório. Não tenho nada contra aqueles que gostam de cerveja, inclusive já fiz curso a respeito e estive em cervejarias em Bruges (Bélgica), mas gosto muito de lembrar aquele ditado que “se cerveja fosse a melhor bebida do mundo, Jesus não teria transformado a água em vinho e sim em cerveja”.

Que conselhos daria para quem está começando?
Provar o máximo de vinhos de diferentes estilos e de distintas regiões vinícolas do mundo, e se possível formar uma confraria. Lembrar sempre que vinho não é uma bebida para ser saboreada estando só e sim compartilhada com amigos/as. Quebre preconceitos como: “só gosto de tintos”, “vinho rose não é vinho”, “vinho brasileiro é ruim”,etc.

Excesso de informação e de regras podem afastar o consumidor?
Em parte, sim. A elitização a meu ver é “out” ao passo que a simplificação (em todos os sentidos) é “in”, em tudo que se relaciona ao vinho. Tudo deveria ser muito simples: está com sede, beba água, quer prazer, beba vinho.

“É preciso mudar a postura em relação ao vinho. No calor, que tal um delicioso branco leve, um rosé fresco ou um tinto leve refrescado?”

Indique 5 vinhos de diferentes regiões e importadoras (brasileiros também, claro) de até R$ 100.

Fazendo uma divisão democrática e focando em momentos diferentes:

• Comte de Bailly Blanc de Blancs Brut – França (Premium Wines) – para jogar conversa fora, com amigos e com aperitivos.
• Garzón Estate Pinot Grigio – Uruguai (World Wine) – com um peixinho ou frutos do mar grelhados na praia ou à beira da piscina.
• Valmarino Sangiovese – Pinto Bandeira, RS, ou o Umberto Cesari Iove Sangiovese di Romagna – Itália (Decanter) – ambos para um almoço “italiano” de domingo
• Horácio Simões Moscatel de Setúbal – Portugal – (Adega Alentejana) – com um delicioso doce conventual da boa terrinha.