

Patrícia Brentzel falou com a Pró-Vinho sobre sua paixão pelo vinho, que acabou mudando sua vida, e sugeriu 5 rótulos de diferentes países de até R$ 100.
Formada em Propaganda & Marketing, a paulistana Patrícia Brentzel decidiu, em 2002, transformar sua paixão pelo vinho em profissão. Formou-se sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers e pela Escola do Vinho “Ciclo das Vinhas”, é certificada pela instituição londrina Wine & Spirits Education Trust, além de ter feito vários outros cursos e vivências internacionais.
Desde 2012, tem sua empresa de consultoria e trabalha para importadores, restaurantes e empresas do segmento. Promove eventos tanto para empresas quanto para consumidores, como wine dinners, aulas particulares para grupos e venda personalizada de vinhos, entre outros. Realizou 10 edições bem sucedidas de sua própria feira de vinhos e desde 2016 vem se dedicando a outras bebidas fermentadas e destiladas.
Atualmente presta curadoria para duas lojas de venda de vinhos online e assessoria técnica e comercial para produtores e profissionais da área de bebidas. Responde ainda pelo portfólio de destilados e outros fermentados da Distribuidora Dádiva, além de recém estrear como gestora de conta da Vinhos de Portugal, pela Exponor Brasil.
O que motivou você a seguir a carreira de sommelier?
Quando decidi sair do mundo corporativo, em 2002, eu buscava algo que pudesse me conectar mais às pessoas e dei de cara com o vinho. Fui fazer uma experiência num restaurante e fiquei completamente apaixonada por vinho e pela magia que ele exerce nas pessoas. Durante seis anos, me preparei e só em 2008 assumi minha primeira posição como sommelière no wine bar da Pizzaria Prestissimo. Ali eu entendi que através do vinho eu também poderia usar outras habilidades muito marcantes em mim: didática, comunicação e organização de eventos. O meu maior objetivo é tornar o vinho algo fácil para as pessoas e por isso, desde então, eu não deixei um só dia de trabalhar em prol da acessibilidade das pessoas ao vinho, por meio de todo o meu trabalho com educação, experiências e eventos.
Quais as suas regiões vinícolas favoritas?
Nossa que pergunta impossível de responder!!! Minha resposta certamente será injusta, mas vamos lá… No Brasil posso dizer que estou curiosa com os vinhos da Serra da Mantiqueira e é uma região que quero me aprofundar para entender melhor o terroir e o resultado destes vinhos. Fora do Brasil, no Novo Mundo, sou bastante apaixonada pela América do Sul, cujos vinhos costumam ser mais acessíveis e tem uma boa variedade de estilos. Já no Velho Mundo, amo a Espanha e a Itália, mas sou louca por tudo o que fica pra cima da Borgonha, incluindo ela, é claro! Jura, Alsace, Loire… Já em Portugal, sou bem fã da parte centro para o norte, embora o Algarve esteja me deixando bastante instigada pelo que tenho provado de lá.
Alsácia, uma das regiões preferidas da sommelière Patrícia Brentzel
Quais as preferências dos clientes que frequentam seus eventos?
O consumidor brasileiro no geral ainda está muito ligado a uvas e países, depois a regiões e estilos. Recentemente relancei um projeto chamado “Sala da Brentz”, que começou na minha casa e agora é itinerante, onde faço um bate-papo com degustação para pequenos grupos. Quando vou lançar um tema para esse evento, procuro falar de uma região ou de algum projeto específico que está sendo desenvolvido em algum lugar. Claro que nunca vou deixar de abordar as variações de uma uva em diversos “terroirs” por exemplo, mas faz parte do meu trabalho provocá-los a buscar outros assuntos.
Alguma descoberta recente que tenha encantado você?
Wow! Não quero ser pretensiosa, mas quase todo dia eu faço uma grande descoberta. Acredito que o que mais me surpreendeu ultimamente foi a qualidade dos vinhos finos de São Roque, região muito conhecida pela larga produção de vinhos de mesa. Tenho acompanhado os projetos experimentais há alguns anos e tem sido um orgulho. Outra coisa que também me deixa encantada é o resgate de uvas esquecidas no tempo, assim como o sul do Chile tem feito com a uva País.
Na sua opinião, o que os novos consumidores de vinho buscam?
Buscam algo descomplicado. Mas isso não é de hoje, nem só dos novos consumidores. Trabalhar com educação para mim foi um divisor de águas neste sentido, porque a grande massa de consumidores precisa perceber e receber o vinho como algo leve, divertido e como já disse, descomplicado. É preciso mastigar as palavras e explicar de forma bem didática e apaixonante para angariar consumidores.
“O vinho sempre foi sinônimo de status, algo intimidador, coisa para poucos. Mas não é nada disso. O vinho é para todos. Ele é, e tem de ser, agregador, para entendedores ou não.”
Patrícia Brentzel sugere 5 rótulos de suas regiões favoritas, com preços de até R$ 100:
• Villa Mosconi Syrah – Serra da Mantiqueira: R$ 65,70 – Winerie
• Tinto de Rulo Pipeño País – Vale do Itata (Chile): R$ 99,00 – La Vinheria
• Durigutti Cara Sucia Cereza – Mendoza (Argentina): R$ 92,70 – Dominio Cassis
• Pedra Cancela Seleção do Enólogo Branco (Encruzado, Cerceal e Malvasia Fina) – Dão (Portugal): R$ 92,00 – Brindisi Vinhos
• Domaine Vincent Caillé (Cabernet Franc) – Loire (França): R$ 98,00 – De la Croix Vinhos